A peça "Relicário de
concreto" começa antes que entremos
no teatro. Na entrada temos que preencher uma ficha de emprego na qual nos são
feitas perguntas inusitadas e ficamos pensando: será que vamos interagir com os
atores? Será que vamos participar da entrevista de emprego na peça?
Na entrada aparece escrito
na porta em letras garrafais: GREVE! Somos recebidos por um líder grevista que
nos incita a entrar em greve, mas aparece o pelego que diz: "Eu vou
entrar, vocês vêm comigo"?
Entramos com o ator/trabalhador/pelego/fura-greves
e nesse momento nos tornamos fura-greve também, pelegamos geral. Mas valeu a
pena para ver a peça. Cheia de luz e sombra, a
peça investe na poesia. Misturando presente e passado, o grupo Pandora de
teatro constrói um belo discurso poético sobre a história da greve dos
queixadas, mas que se torna universal, contando-nos sobre a opressão do
trabalho.
Recomendo!
Geralda Aparecida DIas
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